
Já ouvi de muitas pessoas que eu sou ingênuo e confio demais em todo mundo. Que todos se tornam rapidamente meus amigos e passam a fazer parte da minha vida e compartilhar coisas que para o tempo de convívio talvez seja cedo o fazer.
No entanto estive pensando nisso e percebi que fazem uma certa confusão entre ingenuidade e o ato de confiar. Pra mim, ser ingênuo é ser ignorante, avesso à realidade que nos cerca. O ingênuo quando toma consciência de sua condição e descobre que foi enganado, pensa que a confiança é uma fraqueza dele e talvez jamais torne a acreditar verdadeiramente nas pessoas outra vez.
Quem tem como virtude confiar nas pessoas ( porque eu acredito sim que se trata de uma virtude e não de um defeito) é mais seguro de si. E o fato de ser uma vez enganado ou trapaceado não vai tornar essa pessoa desacreditada para com todo mundo, mas sim fortalecer sua confiança para as próximas relações.
E é assim que me sinto. Prefiro ter confiança em todos que me cercam, mas sem a ingenuidade de achar que nunca serei traído. Confiar sem ser ingênuo não é ficar sempre com o pé atrás, mas sim ter noção das situações ao seu redor e saber que ninguém é perfeito e todos podem cometer erros passíveis ou não de destruírem sua confiança naquela determinada pessoa.
Um trecho de um texto do Mário Quintana que eu gosto, muito sintetiza meu sentimento exposto nesse post e o acho perfeito para finalizar.
"Quero um dia dizer às pessoas que nada foi em vão...que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades e às pessoas, que a vida é bela sim e que eu sempre dei o melhor de mim...e que valeu a pena."