Tenho certeza que todos conhecem aquele famoso ditado que diz: “Antes só do que mal acompanhado”. Eu sei que com esse início você vai pensar que se trata de mais uma daquelas postagens de dia dos namorados em que algum solteiro vem bater no peito orgulhoso por estar assim e que não precisa desse tipo de baboseira, blá, blá, blá, etc.
Mas o pior que é sempre assim todo ano: os solteiros bradam aos quatro cantos as maravilhas de ser “livre” e poder fazer o que quiser, enquanto os namorados dizem não haver nada melhor que estar apaixonado.
O fato é que nessa busca por decidir quem está melhor, solteiros ou namorados, não há vencedor. É VOCÊ, como VOCÊ se sente, que realmente importa. Estar em um relacionamento desejando estar junto com seus amigos solteiros curtindo ou estar sozinho e desesperadamente tentando encontrar alguém a todo custo chegando a ficar depressivo, são situações pelas quais com certeza temos amigos que tem passado por elas. É quando, então, escutamos nossos amigos comprometidos contando sobre as aventuras “extra oficiais” ao relacionamento e os solteiros compartilhando a coleção de tentativas mal sucedidas de arranjar uma companhia para as noites de solidão.
Ninguém consegue, na verdade, definir o que quer. Nunca estão satisfeitos e o que me parece é que uma vez tendo conseguido o que almejavam, seja um namoro ou ficar solteiros, continuam a desejar ainda ter o melhor dos dois mundos ao mesmo tempo. Não realizam que pra ser feliz em um relacionamento você precisa antes não depender de ninguém pra ser feliz. Você precisa estar feliz pra ter alguém e não ter alguém pra ser feliz. As pessoas não deviam procurar outras pra sugar sua felicidade, criar relações de dependência, mas sim, pra compartilhar, somar.
Percebe a diferença? Depositar todas as fichas de sua felicidade em outro alguém é no mínimo covarde de sua parte. Apenas quando você aprender a ser só, a estar bem consigo e com seus momentos de solidão, a curtir seus amigos e se curtir sem tantas cobranças e expectativas, esse peso sairá de sua vida. Eu sei que tudo isso soa como auto-ajuda clichê e barata oferecida por um infeliz solteiro, mas na verdade tudo é mais simples do que pensamos. Por que não viver um dia de cada vez e ver o que acontece?
Não sou defensor de nenhum dos lados, solteiros convictos ou eternos apaixonados por namoro. Apenas alguém que já experimentou as alegrias e dissabores de ambas situações e continua buscando tão somente cuidar daquele jardim deveras conhecido da poesia de Mário Quintana e esperando que as borboletas, cada uma a seu tempo, venham ao meu encontro.
